(Vesperas - Sexta - TComum)
Ó Luz de eterna formosura!
Luz que não foste criatura
De sol que passe em noite escura,
Pois és divina;
E me criaste, sobre o mundo
Naquele altíssimo e profundo
Primeiro-Olhar, que, num segundo
Tudo ilumina.
Tu me criaste à semelhança
do teu espírito, e na esp'rança
De ir aumentando a etérea herança
Que me trouxeste;
E, sempre, e mais, por onde vim,
Eu brilhe e exulte, até que enfim
Possa encontrar, dentro de mim,
Alvor celeste.
Divina Luz, Luz-incriada!
Sei que, por Ti, surgi do Nada,
Farol da eterna Madrugada,
Que me conduz...
Ó minha esp'rança! Oh que saudade
Da pura e ingénua claridade,
Mal que se ouviu na claridade:
- "Faça-se a Luz" -