Cântico - Angústias

Angústias dum moribundo, alegria da cura

(Is 38, 10-14 . 17-20)

Eu sou o que vive e estava morto...
E tenho as chaves da morte (Ap 1, 17 . 18)


Eu pensei: 'A meio dos meus dias
vou ter de descer às portas do Abismo,
privado do resto dos meus anos'.
Eu pensei: 'Não mais verei o SENHOR na terra dos vivos.
Não mais verei os homens entre os habitantes do mundo.
A minha morada é levada para longe de mim,
como uma tenda de pastor;
enrolei a minha vida como um tecelão,
mas acabou-se-me por falta de fio.
Dia e noite, SENHOR, me estais consumindo,
e soluço até ao amanhecer.
Como um leão, Ele me quebrou todos os ossos,
dia e noite me estais consumindo.
Pio como a andorinha, arrulho como a pomba.
Os meus olhos cansam-se de olhar para o alto.
Senhor, estou em agonia, confortai-me!'
A minha amargura converteu-se em paz,
quando preservaste a minha vida do túmulo vazio;
lançaste para trás de ti todos os meus pecados.
O abismo dos mortos não te louvará,
nem a morte te celebrará,
nem esperam na tua fidelidade
os que descem à sepultura.
Apenas os vivos te podem louvar
como eu te louvo agora.
O pai dará a conhecer aos seus filhos a tua fidelidade.
SENHOR, salva-me e tocaremos as nossas harpas
todos os dias da nossa vida, na casa do SENHOR.